A palmeira juçara hoje integra a lista de espécies ameaçadas de extinção. A planta, cobiçada até pouco tempo por causa apenas do palmito, dá um fruto igualzinho – em sabor, cor e tamanho – ao açaí da Amazônia. Há quem diga que o açaí do Sul tem sabor ainda mais frutado e mais nutritivo. A frutinha tem suas características: cai do pé e marca as calçadas de roxo, cresce igual mato e é adorada por sabiás e tucanos, também responsáveis pela proliferação da Juçara.

De tão cobiçado, a exploração descontrolada do palmito levou a espécie nativa, e antes existente em grande parte do bioma Mata Atlântica, a ser incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção no final do século passado.

Hoje, a extração do palmito-juçara é crime ambiental (Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). Muito além de produzir uma fruta saborosa ou o palmito, a palmeira-juçara tem importância ecológica fundamental. Seus frutos servem de alimento para mais de 70 espécies de animais e aves, sendo considerada espécie chave para a conservação de florestas no Bioma.

A diferença fundamental entre cultivar a palmeira para extrair o fruto, e não o palmito, é que o corte dos cachos não causa a morte da planta. Para retirar palmito, corta-se o caule e sacrifica-se a árvore toda, que leva em média oito anos para começar a produzir. Por isso, a fruta possibilita maior rendimento econômico.

Além das gorduras saudáveis, o açaí de juçara tem potentes antioxidantes que podem auxiliar na prevenção de doenças. São as antocianinas, responsáveis pela cor arroxeada. Elas agem no organismo como um sistema de proteção, defendendo o corpo contra a ação dos radicais livres.